Para quando eu quiser escrever. Devaneios, verdades inventadas, escape... Qualquer faceta cabe aqui, inclusive a de ser mais um em busca de encontrar respostas para compreender a si mesmo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O gosto azedo da mesmice



É triste imaginar como vivem as pessoas reprimidas e acomodadas.
Esquecidas. Perdidas no tempo. Alheias a si mesmas.

Não aquele roteiro.
Não essa conversa.
Não este prato.
Não aquela pessoa.

Mesmos hábitos, mesmos costumes, mesmas escolhas.
Nada de novo seduz nem fascina.
É como se alguém lhe tapasse os olhos com uma venda, lhe privando do melhor da festa.
Desgosto. Dissabores.

Ideologias com prazo de validade vencido.
Tradição familiar: imposições. Tabus e costumes.
Inversão de valores. Rotina. Monotonia.
Uma vida cheia de sequelas. Marcas que, às vezes, duram para sempre.

Por não terem em quem confiar, nem ao menos em si mesmo, se fecharam num mundinho, igualmente torpe.

Se privar da diversidade, do incomum e do diferente pode ser ruína.
Não por não compactuar com um universo de possibilidades, que nos chega constantemente.
Talvez, por se limitar a uma mesmice azeda e ultrapassada, imposta por uma sociedade ditadora e mesquinha.

2 comentários:

  1. Gostei da poesia em forma de prosa, ou é o contrário? Tudo bem, o que importa é que amemos a novidade.

    ResponderExcluir
  2. Me lembro bem deste texto, fizemos uma redação sobre o texto, bem, a redação não saiu como eu queria, mas isso não vem ao caso.

    Concordo com o título e o texto, a mesmice é azeda, o diferente é algo imoral e inaceitável.

    Ótimo texto.

    ResponderExcluir