Para quando eu quiser escrever. Devaneios, verdades inventadas, escape... Qualquer faceta cabe aqui, inclusive a de ser mais um em busca de encontrar respostas para compreender a si mesmo.
domingo, 31 de julho de 2011
Pela janela do quarto
A noite prolongada
Acabou quando você foi embora
Dormir naquela hora foi o que me restou
Pela janela do quarto
O sol forte entrou sem pedir licença
Anunciou que já era meio dia
O gosto amargo na boca
Reclamou a falta do beijo seu
Água gelada na cabeça
Sinfonia tocou ao lado
Foi você que apareceu na canção
Agora é hora do reencontro
Não demores meu bem
Estou lhe esperando no portão.
sábado, 30 de julho de 2011
Celebração em corpo presente
As maiores declarações de amor
São proferidas ao telefone
Quando a distância sufoca o peito
E o coração bate cheio de saudade
As maiores declarações de amor
São proferidas nas separações
Quando a roupa suja é lavada
E o tempo pra se entender já passou
As maiores declarações de amor
São proferidas em carro de som
Quando se pede desculpas pelos fracassos
E se reconhece que tudo foi jogado fora
As maiores declarações de amor
São proferidas diante do túmulo
Quando se percebe que o pra sempre chegou
E que nada mais pode ser feito
As maiores declarações de amor
Deveriam ser proferidas em corpo presente
Quando a possibilidade do talvez ainda existiria
E toda história poderia ter um desfecho emocionante.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Monóculo
Foto em preto e branco
Manchada por outras épocas
Encardida de celebrações
Alimentar patos
Família reunida
Passeio pelo campo
Lembrança de um passado remoto
Imagem embaçada pelo tempoSaudade esculpida no coração
Quem é aquele sentado na espreguiçadeira?
E aquela de avental?
Que cidade é essa que havíamos visitado?
Recordações esquecidas na caixinha da estante
Roupa velha deixada no varal
Estação de trem por qual nunca mais passei
Família?
Patos?
Coração?
O que são?
E os monóculos
Quem os guardou?
Retórica
Utopia
Silêncio.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Emergência
Lotação geral hospitalar
Mais catástrofes a cada instante
A qualquer momento outro ferido
Chegará a uma unidade de saúde
Buscando assistência
Para se curar do mal
Inundação amorosa
Queimadas sentimentais
Terremotos de sensações
Destroços incalculáveis
Vidas ceifadas
Pela busca constante do inconstante
Busca-se não sabe o quê
Bem ali, onde não se sabe aonde
Esquina de muitos caminhos
Casas com muitas fechaduras
Afinal qual é a chave que abre seu coração?
terça-feira, 26 de julho de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Desabafo II
É triste partir sem deixar lembranças
Sem ser lembrado
A partida é dolorida
Principalmente quando ainda não era a hora de ir
Quem parte espera despedida
Na falta disto
Ainda deve haver algum contentamento
Para os que se vão
Caso contrário
Não iriam
Contudo para os que chegam
É duro engolir o esquecimento
Chegada abafada e silenciosa
Como uma madrugada
Onde todos dormem
Onde estava você
Que não me viu chegar?
Por que não me percebeu
Enquanto ao seu lado
Eu fiz questão de querer estar?
sábado, 23 de julho de 2011
O inevitável-mente
Há destinos que aparentemente são irrevogáveis
O dever de se cumprir a tradição
Anula qualquer outra possibilidade
A mutação nem se cogita
Já que o que vigora é a imposição
Sociopessoal
Porque não aceitaram a certeza da incerteza?
Quem pode garantir que o ovo da galinha
Concretizará a vida de um pintinho?
No meio do caminho há várias pedras
Que podem derrubar quem segura o ovo
O gavião predador dos galináceos
A galinha que também põe fim nos seus
O homem que adora um omelete
Por isso e por muito mais
É preciso que se dê um basta
Em tudo que somente poderia ser
Mais do que nunca se precisa de Ousadia
Que a sociedade aqueça bem os ovos humanos
Para que se tornem Pessoas
Capazes de chegar onde acham que devem.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Ressaca de saudade
Tento dormir
O cansaço não deixa
Além de tudo
Aquela brisa
Reclama a sua falta
Nessa hora
Meu corpo se queixa
Do vazio que você deixou
Volte logo meu bem
Meu abraço
Só tem sentido
No calor dos braços seus.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Longe de você
Porto Seguro
Sem você aqu-insegurança
É como se estivesse sozinho em uma ilha
Seu Abraço
É a segurança que eu quero ter.
terça-feira, 19 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Essência divina
Sinto-te agora
Cheiro avassalador
Permaneces em mim
Marca traiçoeira
Feito aquelas de amor
Embora nos meus braços
Não possa lhe ter
Divina fragrância
Viciei em você
Essência dos deuses
Como poderia lhe esquecer?
Alucinógeno que seduz e ludibria
Forte como o veneno deve ser
Faro apurado lhe rogo
Demores comigo
Para que a cada instante
A lembrança daquele perfume eu possa ter.
sábado, 16 de julho de 2011
Presente de grego
Como dizes
Não gostou das rosas que lhe mandei?
Sabes o quanto gosto
De flores receber
Principalmente aquelas encarnadas
Donas de um bel prazer
Penso que a magia habita
Na sensibilidade de oferecer
***
Encantado com o buquê
Corri pra desembalar
Desatento
Abri sem reparar
Que era de espinhos
A base que eu fui pegar
Ferir-me foi inevitável
Tento agora me curar
O corte foi superficial
Logo bom ficará
Porém sabes que a ferida continuará aberta
Precisando de remédio pra cicatrizar.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Ter e querer
Ganhei um CD
Muitas novas músicas
Cada uma que ouvia
Parecia ser melhor que a outra
Fui me acostumando
Acabei esquecendo dos antigos
Como pude abandonar
Os meus preferidos?
Acaso terá sido as novas opções
Que me encantaram tanto?
Não sei ao certo da necessidade
De esquecer as outras músicas
Nem ao menos
se continuarei com esse novo gosto
Do que sei
Sinto que é pouco para decisões sérias
Deixo-me envolver
Pela sintonia forte de cada canção
Talvez seja isso
Que espero da vida
Adicionada a uma dose de sabedoria
Para não me confundir diante de certas escolhas.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Confissões às altas horas
Madrugada dos loucos
Poucos agora contemplam você
Perceba que nesse instante
Só restamos nós dois
Enquanto todos dormem
Conte-me o que queres dizer
Não me esconda nada
Daquilo que preciso saber
O que eu não devia ter feito
Quando um louco parecia ser?
Dançar desequilibrado
Depois de tanto beber?
Vagar pelas calçadas
Quando ela não quis me ver?
Jogar tudo para o alto
E de todos me esconder?
Sabe madrugada
Preciso de alguém pra me entender
E agora minha enamorada
Tem que ser você!
terça-feira, 12 de julho de 2011
Disseminador de pragas gerais
Vulto insignificante
Identidade duvidosa
Sabes que és indesejado
Por isso se escondes
Em bueiros e becos
Fachadas banais
És mensageiro da obscuridade
Disseminador de pragas gerais
Não aprendestes
Que os vilões vivem a sós
Recolha sua maldade
E não volte jamais.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Rio do interior
Água salgada
Farol enluarado
Troféu enganador
Quem inventou a lágrima
Mal sabia que através dela
Seria possível se curar da dor
Lava a alma
Tranquiliza a casa
Faz até esquecer amor
Pequeno rio interiorano
De onde emana a calma
Para escapar do dessabor
domingo, 10 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
Passageiro da chuva
A chuva que agora cai
Não possui o encanto
Que outrora notara
Ao contrário de antes
Hoje até percebi
Certo desconforto
Causado pelo clima abafado
Mal que acomete talvez
As paixões recém-terminadas
Seja de inverno ou não
As chuvas agora
São apenas um fenômemo natural
Nada mais de ambiente propício
Nem frio dos apaixonados
Adeus ao romantismo barato
Agora quero verão
Claridade sentimental
Necessidade de admirar outra estação.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Nutrição sem - ti - mental
A expectativa de te encontrar
É o combustível que me move
Cada noite dos fins de semana
Saio pelos bares
Pergunto aos seus amigos
Em que caminho devo andar
Quando te vejo de longe
Sinto o peito formigar
Queria correr pra te beijar
Como queria te ter
Ao menos que tu soubeste
Do desejo antigo que nutro por ti
Já posso pra casa voltar
Meu peito descansa na esperança
Pois quando te vi reanimei meu bem estar
Não se demore - a me notar
Se acaso um dia souber
Do sentimento que trago comigo
Se não puder corresponder
Não importa
Permita-me ao menos de longe te admirar.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Desabafo
A lembrança que me leva pra junto de ti
É a mesma que nos separou
Como pode um dia
A mágoa brotar daquilo que foi amor?
De ti quero o adeus sincero
Nada mais me prende a tu
Acabei de mandar embora
Aquilo que ainda pensava ser
A lembrança que restara
Era a dor que me fez te esquecer.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Democracia fajuta
Bom senso e bom gosto
Anthero já respondia a Castilho:
Chega de submissão estúpida
E pequenez intelectual
Quem dera a carta tivesse
Seu objetivo alcançado
Talvez pudéssemos hoje
Menos involução ter encontrado
***
Inventaram uma tal de Democracia
Muito de demo...
Com o tempo alteraram a grafia
E hoje passaram a chamá-la de Demagogia
Outros inventos criaram
Um voto auto beneficiário
Que para os interesses deles
Até os pepinos desburocratizaram
***
Leis dos direitos iguais implantaram
No papel é coisa de outro mundo
Nos becos das periferias
É que se percebe seu Raimundo - imundo
Chega de tanta reforma barata
A mudança de que se precisa
É aquela que não inebria momentaneamente
Mas que respeita e faz da gente - Gente.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Confusão sentimental
Confesso que sobre nós
Quis alguns versos criar
Pairei sobre a folha
Procurando algo pra rimar
Esperei por muito tempo
Outro dia recomecei
Inspiração me faltara
Novamente abandonei
Ainda procuro
Um texto inédito
Que revele o que no papel
Tentei expressar
Rima rica
Verso caro
Raro como o amor
Que me dispensara
Caso não consiga
O melhor poema lhe oferecer
Não penses
Que foi por querer
Talvez tenha sido
Culpa da separação
Que me levou
Pra longe de você.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
sábado, 2 de julho de 2011
Unidos pelo Sim
Ansiedade
Expectativa
Unidos pelo Sim
Que seja infinito
Dádiva divina
Celebração sem igual
O casamento
Um brinde ao casal
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Solidão traiçoeira
Desliguei a campainha
Tranquei bem a porta
Apaguei as luzes
Tudo se fez calmaria
Fechei-me em mim mesmo
Joguei a chave fora
Não sabia o que fazer
Quis a chave rever
Era tarde
Já haviam levado
Quem mandou
À Solidão eu recorrer?
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