Para quando eu quiser escrever. Devaneios, verdades inventadas, escape... Qualquer faceta cabe aqui, inclusive a de ser mais um em busca de encontrar respostas para compreender a si mesmo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ainda é cedo


Mal acabastes de chegar,
Partida já anunciastes!
Assim tão só, tão sem...
Breve como nosso invento.
Tento sem saber por quê
                         Amar...
Quero que leves contigo
Aquela canção que juntos
Quase conseguimos compor.
Comigo agora lembrança
Daquilo que sempre foi
                         Vertigem.                 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Verdade versada no vazio


Possuo a fórmula da felicidade
Gotas, Gel ou drágeas
Fantasia, ânsia, azia.

Distancio-me da fonte
Sou covarde confesso
Tempo, pedi, perdido.

Um réu sem crime aparente
Farto de dores d'alma
Inunda alusão, alude.

Exausto e desanimado
Como dose insuficiente
Farto, falho, falido.

Permaneço onde estive
Vida de ilusão alimentada
Tomado, alheio, calado.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Lado a lado


Solidão de mãos dadas à Companhia
Alegria que se veste de Melancolia
Chegada que se torna eterna Partida

O Amor que se confunde com o Rancor
Querer sem resposta, torna-se Esquecer
Sede que de repente é saciada pra sempre

Antes pensar em permanecer por Perto
Depois se pede: favor Distância manter!
Incompatibilidades constituem-se Verdades

Quem dera Lamento ser Contentamento
Pudera Decepção transformar-se em Emoção
E tudo que faz Sofrer viesse, quem sabe, Acolher.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tristes Erres


Querer Poder
Enriquecer
E ser pobre
Dever (satisfação)
Correr, Sofrer
(in) Verso
Perecer
Envelhecer
Morte matada
Esquecimento.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Brevidade e silêncio


Tudo é vendaval
Destroço inevitável
Que forja minha paz

Noite em mim se faz
A vida que era chama
Cinzas que o vento leva

Ruína estraçalhada
Fenômeno artificial
Assim como o amor

Balada de insanos
Cilada dos insensatos
Corações levianos

Insisto incenso acender
Pra lembrar daquilo
Que queria esquecer

Pra esquecer que vivo
E aos poucos morro
Sem o Amor entender.

domingo, 18 de setembro de 2011

Sem você me falta a vida


Inspiração
Que me falta
- Só quando não vejo você.

Incerteza
Que me chega
- O que faço pra me perceber?

Intolerância
Que não quero
- Tire-me logo desse perecer!

Incapacidade
De me aproximar
- Será mesmo que quer me ver?

Involuntariamente
Insisto em te querer
- Pedido retórico: alcançar você.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Super herói


Que super sou esse
Se tanto poder me falta:
De entender a mim mesmo;
De olhar pra lua
E não ver poesia;
De colher minhas lágrimas
E regar meus sonhos;
De continuar calado,
Quando queria mesmo
Que soubesses
O quanto te quero...
Sou antes de mais nada
Um fraco e ainda fujo
Do que poderia ser.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Música de uma nota só


Solfejos em cordel
Sinfonia que marcou
Pensei estar no céu...

Tentativa de outra nota
Instrumento desafinou
Puro engano conheci

Quando o amor termina
Poesia perde a rima
Eu perco...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ilhado


Rego-te oh ilha do amor
Gotas de orvalho, planto
Ofereço a ti meu canto
Em troca quero seu favor

Fragrante alegria multicor
É o que te peço, tanto
Como num rito santo
Desvia-me do que é dor

Reinas em mim Imperador
Cobre-me com teu manto
Coíbas o que promove pranto
Livra-me de todo dessabor.

sábado, 10 de setembro de 2011

Sonhos adiados


Solidão chega e abraça
A vida agora se (re)faz
Sou companhia de mim
Pouco agora me satisfaz

Cacos caem ao chão
Ideal que se desfaz
Sonhos voltam à gaveta
Dessabor no coração

Desfecho inevitável
Quando se trata o que
Deveria ser prioridade
Como segunda opção.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pra Ser Sincero (Engenheiros do Hawaii)


Pra ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos...
Pra ser sincero
Não espero que você
Minta!
Não se sinta capaz
De enganar
Quem não engana
A si mesmo...
Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Não deixam suspeitos...
Pra ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos...
Pra ser sincero
Não espero que você
Me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma
Ao diabo...
Um dia desse
Num desses
Encontros casuais
Talvez a gente
Se encontre
Talvez a gente
Encontre explicação...
Um dia desses
Num desses
Encontros casuais
Talvez eu diga:
-Minha amiga
Pra ser sincero
Prazer em vê-la!
Até mais!...
Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Nunca deixam suspeitos...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Ouça!


Permaneço aqui.
Sou o mesmo de sempre.
Esperando ainda, que você me note.

Anote:
Assim como os dias,
As possibilidades também se vão.

Não é ameaça.
É denúncia.
Recado mudo.

Se não houver mudança.
Depois de um tempo, silenciarei.
Porém hoje, ainda aguardo uma resposta-ação.


Como está não dá mais para mim.
Cansei.
Espero que não demore a perceber isso.

Se um dia não for mais,
Que o acaso segure minhas mãos
E me leve por caminhos afora.

Me deixe em qualquer lugar.
A espera de alguém que por já ter experimentado,
Não queira mais ser feliz sozinho.

Não demore.
A água do café ainda está no fogo.
Ainda há tempo, até você chegar.

Não aqui, onde estou.
Mas aí, onde você pensa estar.
Afinal o amor primeiro deve ser para a gente mesmo.

sábado, 3 de setembro de 2011

Notas de uma canção de amor



Incrível como ultimamente
O silêncio abraça-me e do
Piano só escuto uma nota - Só

A alegria, um dia, já fora
Mais constante em mim
Hoje não sei onde buscar - Lá

A sensação que sinto
Agora não é a mesma
Que outrora gozava - Dó

Poeira insiste em-poeirar
Confusão é tanta que nem
Com música dá pra relaxar - Ré

Tudo é um imenso silêncio,
Esquecimento e vontade
De a saudade confessar - Me

Que ainda existe em mim
O sabor de seus beijos
Faça o favor de acreditar - Fa

Volte logo para os braços
Meus, pois é o lugar onde
Você deveria rimas criar - Si

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Quarto de dormir (Arnaldo Antunes)


um dia desses você vai ficar lembrando de nós dois
e não vai acender a luz do quarto quando o sol se for
bem abraçada no lençol da cama vai chorar por nós
pensando no escuro ter ouvido o som da minha voz
vai acariciar seu próprio corpo e na imaginação
fazer de conta que a sua agora é a minha mão
mas eu não vou saber de nada do que você vai sentir
sozinha no seu quarto de dormir

no cine-pensamento eu também tento reconstituir
as coisas que um dia você disse pra me seduzir
enquanto na janela espero a chuva que não quer cair
o vento traz o riso seu que sempre me fazia rir
e o mundo vai dar voltas sobre voltas ao redor de si
até toda memória dessa nossa estória se extinguir
e você nunca vai saber de nada do que eu senti
sozinho no meu quarto de dormir