Para quando eu quiser escrever. Devaneios, verdades inventadas, escape... Qualquer faceta cabe aqui, inclusive a de ser mais um em busca de encontrar respostas para compreender a si mesmo.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Destino ancorado


Morro
Que me impede de viver
Ver além, não posso mais

Caminho
Que tento percorrer
Ser melhor, retórica jamais

Ponte
Que o amanhã me faz romper
Do lado de lá, cenas reais

Estrada
Que de mim faz-me perder
Cantiga de esponsais

Atalho
Que a vida permite-me reaver
Fim de tarde no cais.

sábado, 5 de maio de 2012

Poeminha


Bom dia flor do campo
É verdade o que dizem de você?

Abandonei tudo o que fazia
Preocupado aqui estou, vim lhe ver!

Emudecestes para sempre amada minha?
O que mais preciso é saber porquê...

Senti falta dos rabiscos que me escrevia.
Quando o carteiro via, ia correndo receber!

Hoje, sem encomenda alguma
Anseio em seus olhos, resposta qualquer obter.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Amor: pleonasmo vicioso


Personifiquei-me num paradoxo
De mim nem sei mais, me proponho a sintonizar
Você: frequência, quase sempre, intermitente

Metáforas inúmeras criei pra te conquistar
Arrumei até fotografias na estante
- Cheiro de Felicidade clandestina no ar

Comparações utópicas que sempre invento
Meras Antíteses que servem para acentuar
As indiferenças que fingimos não conhecer

Exagerado sempre fui, não nego
As Hipérboles em mim se fizeram Hipérbatos
Confusões que nunca soube administrar

Logo eu, que de amor pensei entender
Coração principiante um dia há de crescer
Metonímias que sozinhas não podem ser

Musicalidade (des)ritmada agora se cria
Versos improvisados que a rima não achou,
Assonâncias que se despedem: Até! Axé! Ai Zé...

Amor! Pensei tratar-se de Perífrase essa saudação
Catacrese mal empregada! Como não pude perceber?
Ironia do destino? Vai saber!

Recorro agora aos saudosos braços do Eufemismo
Quem sabe, um dia, eu entenda que a tentativa de amar
Não passa de um Pleonasmo vicioso e difícil de escapar.