Para quando eu quiser escrever. Devaneios, verdades inventadas, escape... Qualquer faceta cabe aqui, inclusive a de ser mais um em busca de encontrar respostas para compreender a si mesmo.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Artigo de Opinião


Restaurar é preciso; reformar não é preciso.
Reinaldo Azevedo

Flavio Rossi


     A reforma ortográfica que se pretende é um pequeno passo (atrás) para os países lusófonos e um grande salto para quem vai lucrar com ela. O assunto me enche, a um só tempo, de indignação e preguiça. O Brasil está na vanguarda dessa militância estúpida. Por que estamos sempre fazendo tudo pelo avesso? Não precisamos de reforma nenhuma. Precisamos é de restauração. Explico-me.

     A moda chegou por aqui na década de 70, espalhou-se como praga divina e contribuiu para formar gerações de analfabetos funcionais: as escolas renunciaram à gramática e, em seu lugar, passaram a ensinar uma certa "Comunicação e Expressão", pouco importando o que isso significasse conceitualmente em sua grosseira redundância. Na prática, o aluno não precisava mais saber o que era um substantivo; bastava, dizia-se, que soubesse empregá-lo com eficiência e, atenção para a palavra mágica, "criatividade". As aulas de sintaxe – sim, leitor, a tal "análise sintática", lembra-se? – cederam espaço à "interpretação de texto", exercício energúmeno que consiste em submeter o que se leu a perífrases – reescrever o mesmo, mas com excesso de palavras, sempre mais imprecisas. O ensino crítico do português foi assaltado pelo chamado "uso criativo" da língua. Para ser didático: se ela fosse pintura, em vez de ensinar o estudante a ver um quadro, o professor se esforçaria para torná-lo um Rafael ou um Picasso. Se fosse música, em vez de treinar o seu ouvido, tentaria transformá-lo num Mozart ou num Beethoven. Como se vê, era o anúncio de um desastre.

     Os nossos Machados de Assis, Drummonds e Padres Vieiras "do povo" não apareceram. Em contrapartida, o analfabetismo funcional expandiu-se célere. Se fosse pintura, seria garrancho. Se fosse música, seria a do Bonde do Tigrão. É só gramática o que falta às nossas escolas? Ora, é certo que não. O país fez uma opção – ainda em curso e atravessando vários governos, em várias esferas – pela massificação de ensino, num entendimento muito particular de democratização: em vez de se criarem as condições para que, vá lá, as massas tivessem acesso ao conhecimento superior, rebaixaram-se as exigências para atingir índices robustos de escolarização. Na prova do Enem aplicada no mês passado, havia uma miserável questão próxima da gramática. Se Lula tivesse feito o exame, teria chegado à conclusão de que a escola, de fato, não lhe fez nenhuma falta. Isso não é democracia, mas vulgaridade, populismo e má-fé.

     Não é só a língua portuguesa que está submetida a esse vexame, é claro. As demais disciplinas passaram e passam pela mesma depredação. A escola brasileira é uma lástima. Mas é nessa área, sem dúvida, que a mistificação atingiu o estado de arte. Literalmente. Aulas de português se transformam em debates, em que o aluno é convidado (santo Deus!) a fazer, como eles dizem, "colocações" e a "se expressar". Que diabo! Há gente que não tem inclinação para a pintura, para a música e para a literatura. Na verdade, os talentos artísticos são a exceção, não a regra. Os nossos estudantes têm de ser bons leitores e bons usuários da língua formal. E isso se consegue com o ensino de uma técnica, que passa, sim, pela conceituação, pela famigerada gramática. Precisamos dela até para entender o "Virundum". Veja só:  


"Ouviram do Ipiranga
as margens plácidas /
De um povo heróico
o brado retumbante"
   
     Quem ouviu o quê e onde, santo Deus? É "as margens plácidas" ou "às margens plácidas"? É perfeitamente possível ser feliz, é certo, sem saber que foram as margens plácidas do Rio Ipiranga que ouviram o brado retumbante de um povo heróico. Mas a felicidade, convenham, é um estado que pode ser atingido ignorando muito mais do que o hino. À medida que se renuncia às chaves e aos instrumentos que abrem as portas da dificuldade, faz-se a opção pelo mesquinho, pelo medíocre, pelo simplório.

     As escolas brasileiras, deformadas por teorias avessas à cobrança de resultados – e o esquerdista Paulo Freire (1921-1997) prestou um desserviço gigantesco à causa –, perdem-se no proselitismo e na exaltação do chamado "universo do educando". Meu micro ameaçou travar em sinal de protesto por escrever essa expressão máxima da empulhação pedagógica. A origem da palavra "educação" é o verbo latino "duco", que significa "conduzir", "guiar" por um caminho. Com o acréscimo do prefixo "se", que significa afastamento, temos "seduco", origem de "seduzir", ou seja, "desviar" do caminho. A "educação", ao contrário do que prega certa pedagogia do miolo mole, é o contrário da "sedução". Quem nos seduz é a vida, são as suas exigências da hora, são as suas causas contingentes, passageiras, sem importância. É a disciplina que nos devolve ao caminho, à educação.

     Professores de português e literatura vivem hoje pressionados pela idéia de "seduzir", não de "educar". Em vez de destrincharem o objeto direto dos catorze primeiros versos que abrem Os Lusíadas, apenas o texto mais importante da língua portuguesa, dão um pé no traseiro de Camões (1524-1580), mandam o poeta caolho cantar sua namoradinha chinesa em outra barcarola e oferecem, sei lá, facilidades da MPB – como se a própria MPB já não fosse, em nossa esplêndida decadência, um registro também distante das "massas". Mas nunca deixem de contar com a astúcia do governo Lula. Na citada prova do Enem, houve uma "modernização" das referências: em vez de Chico Buarque, Engenheiros do Hawaii; em vez de Caetano Veloso, Titãs. Na próxima, é o caso de recorrer ao funk de MC Catra: "O bagulho tá sério / vai rolar o adultério / paran, paran, paran / paran, paran...".

     Precisamos de restauração, não de mais mudanças. Veja acima, no par de palavras "educação/sedução", quanto o aluno perde ao ser privado da etimologia, um conhecimento fascinante. As reformas ortográficas, acreditem, empobrecem a língua. Não democratizam, só obscurecem o sentido. Uma coisa boba como cassar o "p" de "exce(p)ção" cria ao leitor comum dificuldades para que perceba que ali está a raiz de "excepcional"; quantos são os brasileiros que relacionam "caráter" a "característica" – por que deveriam os portugueses abrir mão do seu "carácter"? O que um usuário da nossa língua perderia se, em vez de "ciência", escrevesse "sciência", o que lhe permitiria reconhecer na palavra "consciência" aquela mesma raiz?

     Veja o caso do francês, uma língua que prima não por letras, mas por sílabas "inúteis", não pronunciadas. E, no entanto, os sempre revolucionários franceses fizeram a opção pela conservação. Uma proposta recente de reforma foi unanimemente rejeitada, à direita e à esquerda. Foi mais fácil cortar cabeças no país do que letras. A ortografia de Voltaire (1694-1778) está mais próxima do francês contemporâneo do que está Machado de Assis do português vigente no Brasil. O ditador soviético Stálin (1879-1953) era metido a lingüista. Num rasgo de consciência sobre o mal que os comunistas fizeram, é dono de uma frase interessante: "Fizemos a revolução, mas preservamos a bela língua russa". Ora, dirão: este senhor é um mau exemplo. Também acho. O diabo é que ele se tornou referência de política, não de conservação da língua...

     Já que uma restauração eficaz é, eu sei, inviável, optemos ao menos pela educação, não por uma nova e inútil reforma. O pretexto, ademais, é energúmeno. Como escreveu magnificamente o poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), houve o tempo em que a terra surgiu, redonda, do azul profundo, unida pelo mar das grandes navegações. Um mar "portuguez" (ele grafou com "z"). Hoje, os países lusófonos estão separados pela mesma língua, que foi se fazendo história. A unidade só tem passado. E nenhum futuro.

Maquinaria enferrujada


A falta de gratidão tira a feição.
Sábio dito popular
Que entre tantos outros
Traçou mapas sociais
Que vigoram até hoje

Senso comum
Assim como a necessidade
De se reconhecer esforços
E atuações necessárias
Em prol do bem coletivo

O devido reconhecimento
Àqueles que conosco contribuem
É o que nos falta
A eles pelo ao menos agora
O nosso muito obrigado

Por falta disso
Faz-se presente aquilo:
Insatisfação
Desmotivação
E Atraso

Não adianta reclamar depois
Não há de quê (obrigado)
Afinal, outro ditado nos lembra
Que pra toda ação (ou pela falta dela)
Há uma reação

Ideias soltas...
Palavras que aos poucos se esvaem
Assim como o rendimento desejado
Mais um trabalho concluído
Resta saber se fui ao menos escutado.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

As Palavras - Vanessa da Mata


As palavras saem quase sem querer,
Rezam por nós dois.
Tome conta do que vai dizer.
Elas estão dentro dos meus olhos
Da minha boca, dos meus ombros
Se quiser ouvir
É fácil perceber

Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal
Reabilite o meu coração

Tentei
Rasguei sua alma e pus no fogo
Não assoprei
Não relutei
Os buracos que eu cavei
Não quis rever
Mas o amargo delas resvalou em mim
Não me deu direito de viver em paz
Estou aqui para te pedir perdão

[...]

As palavras fogem
Se você deixar
O impacto é grande demais
Cidades inteiras nascem a partir daí
Violentam, enlouquecem ou me fazem dormir
Adoecem, curam ou me dão limites
Vá com carinho no que vai dizer.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Repasse


"No  futebol, o Brasil ficou entre os 8 melhores do  mundo e todos estão tristes.
Na  educação é o 85º e ninguém  reclama..."
EU  APOIO ESTA TROCA
TROQUE  01 PARLAMENTAR POR 344  PROFESSORES
O  salário de 344 professores que ensinam  = ao  de 1 parlamentar que rouba
Essa  é uma campanha que  vale a pena!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Uma beleza oculta


Culto à forma.
Geração que prega a Beleza
E a põem à mesa.

Verdade insuficiente
Que infla o ego
Dos costumes passantes

Alimentada por sacos andantes
     V     a     z     i     o     s
A espera de um vento que os encha.

Ventos importados
Belos
Caríssimos

Não importa saber se são invisíveis
Basta ter sofisticação e estar na moda
Senão incomoda

O avesso do belo pode agradar
O vento nem tem cara
E agrada

Através da brisa noturna
Ou pelo calor amenizado
Em pleno meio dia esquentado

***

Com uma venda seria possível
Ver a beleza que se esconde
Naquilo que não é bem vistoso

De tudo apenas uma certeza me vem
A de que Beleza não importa
Quando um grande amor se tem

Presente no prazer proporcionado
Da concretização do abraço
Residência do Tesouro encantado

Que mesmo sem forma
Vale mais que qualquer busto formado
Que com o tempo... se deforma!

domingo, 26 de junho de 2011

A gente erra tentando aprender


Sobre a vida
Muita coisa
Tenho que absorver

Dinheiro
Não deve ser condição
Pra felicidade que se quer ter.

Desacerto
Não pode interromper
A vida que há pra viver

Afinal
A gente erra
Tentando aprender.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Passos mal ensaiados


E tudo volta ao que era antes
Pneu furado depois do remendo
Coloca o carro na estrada

Sertão inundando
Depois de sol forte
Faz-se seca novamente

Carnaval esperado
Mal desponta no calendário
Já vem a quarta de cinzas e desanima

Êxtase momentâneo
que logo vai embora
Quando o efeito da droga enfraquece

Ensaios almejados
Que pela vontade de se ter
Logo acabam.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Uma canção ao café


Rei das manhãs
Que abre o apetite

Coroa mesas
E garante requinte
A qualquer bandeja

Um preto do império
Dono de um branco véu

Igrediente necessário
Em eventos importantes
Ou apenas para olhar o lindo céu

Delicioso acordar contigo
Irresistível tentação

Sabor matinal
Que desperta e prepara
Levanta qualquer astral

Na reunião ou no intervalo
Puro ou com um pedaço de pão

É do Café que eu falo
Companheiro
Do qual não abro mão.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Linhas gerais.


Caminhos unidos
Pela linha do tempo
Forte como a do pescador
Que arrebata para si
O peixe esperado
Troféu conquistado

A presa seguira seu destino.
Caminho entre linhas
Circuito fechado.
O predador há muito
Descobrira as artimanhas
Do emaranhado

Sou Descobridor dos mares a fora.
Predador que não se desvia
Dos objetivos (en)linhados.
Não importa que lugar você se esconda
A minha linha irá até lá.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

(Re)começo


Diante das impossibilidades não tenho nada a fazer
Nego-me a dissertar
Sobre as coisas que não me cabem dizer

Sinto-me aquém de minhas necessidades
Não sei que explicações escolher
Sei que ultimamente, ando distante de mim

Sobre isso será que tenho opções a escolher?

Seria possível ao menos saber por que todos se foram?
Se alguém puder, responda daí.
Quem sabe eu entenda porque ainda não fui também.

Não, não respondam!
O barulho me inquieta.
Preciso de silêncio.

Às vezes, esqueço o que me faz realmente bem.
Talvez um dia eu entenda tudo isso
Espero que tenha tempo, para que se preciso for,
                                                         [Recomeçar.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Construção embargada.


Não posso exigir
Nada.
Ninguém.

O que se chega até mim,
Deve ter para si um porém.
Tudo e Todos.

Para se distanciar também.
Aos poucos.
Totalmente.

Sempre estive eu.
Aqui.
Além.

Material insuficiente.
Obra inacabada.
Disso eu já falei.

Construção embargada.
Que por falta de mão de obra
                                [qualificada
Há algum tempo, aqui parei.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tudo o que se quer.


            Li
       ber
   da
de.

Cheguei ao último degrau.
Sou livre.

Deveria estar feliz agora,
Já que consegui o que sempre quis.

Não consigo me entender.
Nunca consegui.

Agora sem saber o que fazer,
Planejo outra coisa pra querer.

domingo, 12 de junho de 2011

A busca e a fuga do amor.


12 de junho.
Coração sufocado.
Expectativa varrida
Pelo Amor que não se viu nascer.

Pena que disseram:
Namoro é um conto de carochinha.
Quem mandou desacreditar
Naquilo que podia ser.

Solidão hoje germina.
Natural que se implore
Alguém pra lhe acolher.

Angústia que vigora
Reclama e intima
À falta de companhia
Para outra moradia escolher.

Compromisso agora era o que se queria.
Quimera ilusão.
Resta tomar garapa
Para se livrar da agonia.

Pra não dar parte de fraco
E revelar o amor que se busca
O coitado se faz forte
E numa tentativa cambaleante

Segue com a cabeça erguida
No peito um vazio necessário
Para evitar o amor
Já que não se tem sorte.

sábado, 11 de junho de 2011

Tem dias que...


Tem dias que me falta o chão.
Mal me chegam as ideias...
Já se vão.

Sigo Cabisbaixo.
Andarilho triste.
Passageiro da solidão.

Sinal vermelho.
Apito mudo.
Sigo pela contramão.

Por não saber
O que me falta,
Continuo sem direção.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Em que face se escondeu meu eu?


Não tenho mais tempo pra nada.
Ando tão apressado que
Às vezes, perco a direção.

Me tornei despercebido.
Já não me dou conta
Quando pego a contramão.

Em que porto fui parar?
Desativado.
Não tenho mapa para voltar.

Bonde esquecido.
Interditado.
Regresso agora, nem pensar.

Em que face se escondeu meu eu?
Em que beco, vila, janela?
Quem sabe até por alguma favela?
Eu, Marginal do meu querer.

O branco teima em aparecer.
Marcas que levarei pra sempre.
Resistência (des)equilibrada.

Descanso adiado.
Assim como a diversão
E o prazer da (des)ocupação.

Engrenagens.
Vapor.
Acelaração.

Mais um dia.
Calma patrão!
Já voltei pra minha função.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Auta de Souza - Uma Clarice potiguar.


Ao Pé do Túmulo
Auta de Souza

Eis o descanso eterno, o doce abrigo
Das almas tristes e despedaçadas;
Eis o repouso, enfim; e o sono amigo
Já vem cerrar-me as pálpebras cansadas.

Amarguras da terra! eu me desligo
Para sempre de vós... Almas amadas
Que soluças por mim, eu vos bendigo,
Ó almas de minh’alma abençoadas.

Quando eu d’aqui me for, anjos da guarda,
Quando vier a morte que não tarda
Roubar-me a vida para nunca mais...

Em pranto escrevam sobre a minha lousa:

"Longe da mágoa, enfim, no céu repousa
Quem sofreu muito e quem amou demais".

terça-feira, 7 de junho de 2011

Necessidades especiais.


Penso que os ditos normais é que são especiais.

1. Por não enxergarem a necessidade de respeitar o diferente.
2. Por não abraçarem às causas marginais.
3. Por não poderem caminhar para o progresso.
4. Por não quererem tocar nas feridas sociais.
5. Por não ouvirem o pedido de socorro dos excluídos.
6. Por não falarem em nome dos direitos iguais.
7. Por não compreenderem a necessidade de paz.


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mais tempo no tempo.


Ou se cria,
Ou nunca
Se terá autonomia.

    Equilíbrio   errante.
             Costume   Vacilante.
                      Busca          constante.

O Tempo.

Inimigo da beleza.
Aliado das possibilidades.
Cúmplice da maturidade.

Tempo que une.
Que sabiamente se encarrega
Das respostas pra vida.

Separação.
                  Greve.
Insolução.

Quem disse
que imprevistos
não acontecem?

sábado, 4 de junho de 2011

Vaidade.


Vento que sopra letras.
Que palavras devo elaborar?

Verdade.
Jogo bom de inventar.

Sei que de outras
tenho que cuidar.

Igualdade.
Necessidade de cultivar.

Idade.
Muita história pra contar.

Prioridade.
A vida que se tem para levar.

Vaidade.
Palavra boa para dela se afastar.