Para quando eu quiser escrever. Devaneios, verdades inventadas, escape... Qualquer faceta cabe aqui, inclusive a de ser mais um em busca de encontrar respostas para compreender a si mesmo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mais uma verdade inventada.




Por alguns instantes a felicidade está ali, acessível a todos. Desejo. Sonho. Idealização. Tudo agora a poucos metros de distância. Basta subir no palco e pronto: chegou o tempo de ser feliz! Um abraço, um sorriso, um beijo demorado. Cenas que materializam uma mistura de sensações.
É no teatro que as emoções rolam soltas. Lá tudo parece mágico. E é. Personagens figuram o amor, o desencontro, o reencontro. Mudam de vida. Reinventam alegrias. Descomplicam desafetos.
Inusitado seria se a vida real exigisse tão poucos requisitos para ser feliz?
            Encarar uma boa peça de teatro como metáfora da vida, talvez fosse uma quimera necessária. Afinal, o sonho é o mais estreito caminho entre o que se quer e o que se faz para se conseguir. Aos que nada fazem, resta ao menos esperar o espetáculo findar para se levar dali um pouco de alegria para casa.
Na vida todos sabem o que lhes fazem bem. Um lugar, um roteiro, um alguém. Mesmo que seja (ir)real, (in)comum, (i)legal.
Por que então se contentar com o que há de (in)feliz?
A felicidade em sua essência transcende os limites da aparência. Encontra-se onde menos se espera até mesmo em utopias, como essas que agora se lê. Ela transita pelo mudo real sorrateiramente. Aloja-se no ideal por anos a fio. Reaparece quando os olhos brilham intensamente, e se acredita que tudo pode ser novamente.
Que a vida não seja tão metódica. Que a verdade inventada não ocupe o lugar daquela que realmente se deseja viver. Que se refute tudo aquilo que por não enobrecer, empobrece.
Chega de se ter o teatro como arte que imita a vida. Que se plagiem as melhores e mais emocionantes dramatizações. Que as tenham como parâmetro para uma vida real de qualidade.
Que ela não seja mais um encanto com tempo contado para acabar. Que as pessoas entendam que devem ser protagonistas de suas vidas e parem de pregar peças contra si. Que se aproveite todas as encenações, principalmente as que exigirem menos ensaios. Que os espetáculos continuem mesmo quando as cortinas se fecharem.

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