Para quando eu quiser escrever. Devaneios, verdades inventadas, escape... Qualquer faceta cabe aqui, inclusive a de ser mais um em busca de encontrar respostas para compreender a si mesmo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Diariamente


Eram os mesmos hábitos todos os dias
Trabalhar era a minha grande agonia
Despercebido andava quando
No caminho do trabalho
Ali, sentada na calçada
Você aparecia

Desiludido estava
Avistar você foi
A metáfora de minha alegria
Realização no meio do caminho
Trabalhar agora era meu maior prazer
Claro, nos dias em que via você

A notícia de sua mudança
Veio com a placa na faixada
Em-placou a solidão em meu peito
Meu percurso a partir de agora
Tornou-se mecanismo de repetição
Sem nenhum atrativo ao coração

Depois de um tempo
Insistia em passar por aquela rua
Quem sabe encontrava você
Por causa de sua ausência
Foi preciso mudar a rota
Ainda hoje espero lhe ver.

2 comentários:

  1. Hum. . . Escrito muito interessante, como já escrevi por aqui, acho, somos seres rotineiros, nos acostumamos de ver rostos e isso nos torna frios quanto a esses.

    Quase todas as vezes, ao fazer meu percurso à escola, passo por um senhor já de idade sentado numa cadeira em sua calçada, mal falo com ele, se é que já troquei palavras, apesar de ter se tornado um rosto conhecido, nunca saberei seu nome, ou sua história.

    Deparo-me com um sujeito, ou bêbado, ou louco mesmo, que vive a xingar aos gritos um grupo de pessoas (gosto de pensar que são políticos :P ) Mas enfim, nunca saberei seu nome.

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  2. O que quero dizer, afinal, é que é algo poético, faço sempre o mesmo percurso, vejo os mesmos rostos e imagino sobre a história dessas pessoas que encontro quase diariamente.

    Adorei o Texto,

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